De hortaliças à agroflorestas, BH incentiva
agricultura urbana

A capital mineira está fomentando a implantação e manutenção de sistemas agroecológicos.

Áreas que estavam inutilizadas hoje são usadas para produzir alimentos. | Foto: Prefeitura de Belo Horizonte

Áreas que estavam inutilizadas em Belo Horizonte, Minas Gerais, estão sendo aproveitadas para produzir alimentos. A iniciativa é conduzida pelos próprios moradores que contam com o apoio da prefeitura.

Chamados de “unidades produtivas”, os espaços de cultivo já somam 47 pontos que ocupam mais de 96 mil metros quadrados na capital mineira. Terrenos municipais, parques com sistemas agroecológicos de hortas, pomares, agroflorestas, compostagem e viveiros são usados para a produção de alimentos frescos.

Segundo a prefeitura de Belo Horizonte, foram investidos quase R$ 1 milhão para manter o funcionamento das unidades produtivas. Em contrapartida, o projeto fomenta a geração de renda, o desenvolvimento local sustentável e a segurança alimentar e nutricional – item especialmente importante em um país em que 116 milhões de pessoas vivem em situação de insegurança alimentar e 19 milhões passam fome.

Foto: Divulgação/PBH


Entre as iniciativas que contam com o apoio da gestão municipal chama atenção às “agroflorestas urbanas”, que começaram a ser implantadas em 2018. Em uma das ações, uma área degradada de 15 mil m² foi revitalizada com o plantio de 1.150 mudas de espécies nativas de Mata Atlântica e de exemplares de Cerrado, além de frutíferas, como laranjeiras, bananeiras, jaqueiras e jabuticabeiras.

Como funciona?
As áreas produtivas são criadas com a autorização da Susan (Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional) e dividem-se em unidades produtivas institucionais públicas e privadas. Enquanto as primeiras estão vinculadas a equipamentos públicos de gestão municipal (como o cultivo em escolas, unidades de saúde e centros culturais), as privadas são realizadas por organizações da sociedade civil (como ONGs, institutos e associações) e não têm fins econômicos.

A Susan atua basicamente em duas frentes de apoio: doação de insumos agrícolas e assistência técnica. Com a capacitação e as matérias-primas necessárias (inclusive com o empréstimo de ferramentas, quando necessário), os participantes podem levar adiante projetos de plantio de hortaliças, frutíferas, plantas medicinais, aromáticas e PANCs. Nas áreas produtivas também podem ser implementados agroflorestas, compostagem e criação de animais com base nos princípios da agroecologia.

De insumo à capacitação, grupos recebem apoio da prefeitura para plantar na cidade. | Foto: Débora Oliveira | Prefeitura de Belo Horizonte


Anualmente, a Susan credencia grupos interessados na implantação de novas unidades produtivas comunitárias. São necessários ao menos três núcleos familiares para formar um grupo apto a fazer a solicitação.

“O trabalho demanda capacidade técnica e disposição do coletivo, composto pelos futuros agricultores. São três fases somente no período de implantação, da construção social do grupo, a formação técnica e só depois a preparação da área e plantio inicial. Ao final, a comunidade sai fortalecida, as famílias melhoram a renda e a alimentação e a região ganha um espaço sustentável”, afirma Darklane Rodrigues, subsecretária municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.


Fonte:www.ciclovivo.com.br
Divulgado Instituto Ecoinovação – por Marlene Greem


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